sábado, 3 de outubro de 2009

Entrevista com Irmão Vanylton Bezerra - Presidente da Associação DeMolay Alumni Brasil (ADAB) - SCODRFB 2008-2010!!!

Completamos hoje a nossa 3ª semana de Entrevistas no "BLOG DO OMAR". Conforme prometemos, sempre teríamos novidades e personalidades da Ordem DeMolay se fazendo presentes aqui em nosso Espaço Democrático.


Esta semana é a hora e vez do Irmão VANYLTON BEZERRA, Presidente pela 2ª vez, da Associação DeMolay Alumni Brasil (ADAB): nesta entrevista, podemos ler a voz forte que vem do Norte, distante fisicamente, mas sempre presente e através do seus trabalhos nos mostra importantes valores daquela Região Brasileira...


Vamos conhecê-lo melhor...








"Não apenas o sistema eleitoral deve mudar,
mas o sistema político, administrativo, financeiro e jurídico da Ordem DeMolay.
Tudo isso, urgentemente! Como jurista, dou graças a Deus ao fato de a Ordem DeMolay ser uma fraternidade".


1) Vanylton, comece como de praxe, traçando o seu PERFIL COMPLETO: nome, onde nasceu, quando, definições, idéias...

R – Vanylton Bezerra dos Santos, brasileiro de Manaus/Amazonas. Cientista jurídico, coordenador jurídico de uma ONG ambientalista de âmbito internacional. Atualmente solteiro. Aniversaria com o pai, no dia 08 de abril, portanto, ariano. Pragmatismo é o seu esteio.

2) Como conhecestes a Ordem DeMolay e em que circunstâncias fostes convidado a iniciar em nossas Fileiras e em qual Capítulo?

R – Engraçadíssimo! (Essa história só não é tão engraçada quanto o episódio em que conheci Zé Carlos, mas.... são contos para a próxima entrevista).

Eu morria de medo de maçonaria. Meus coleguinhas me faziam acreditar que meu pai saia todas as noites de segundas-feiras “pra chupar o sangue do bode”. Fui convidado algumas vezes pra ser Lowton ou entrar na “Lei do DeMônio” (concepção que eu tinha de DeMo-lay). Nunca respondi positivamente aos convites.

Até que, numa feijoada, na casa de um maçom, meu padrinho de Ordem DeMolay, Tio Raimundo Ely de Moraes (à época, PCC do Cap. Ajuricaba/Amazonas, nº 263), recebi um ultimato. Tio Ely convidou-me, perante todos, à ingressar na Ordem DeMolay. Meu pai disse: “Que nada, Ely, esse menino tem medo dessas coisas...” Tio Ely retrucou: “O Vanylton?!?! Não acredito!!!” Eu, constrangido, e metido a corajoso, respondi: “Eu, com medo?!?!? Eu sou é macho, pai!”. Bastou isso para eu ficar o mês inteiro sem dormir, com medo.

No dia da minha iniciação, eu tremia mais que vara verde. Não parava de perguntar da minha mãe se eu tava fazendo a coisa certa. Uma coisa que ela disse me convenceu de uma vez por todas: “Meu filho, seu pai te ama. Se a Ordem DeMolay fosse ruim, você acha que ele ia insistir em te colocar nisso?”

Resumo da ópera. Considero a Ordem DeMolay a melhor experiência que já tive na vida.

3) Após o seu período de DeMolay ativo, como foi que conhecestes a Associação Alumni Brasil?

R – A primeira vez que ouvi falar nessa tal Alumni, eu já era Sênior DeMolay. Foi quando da sua implantação em Manaus em 2001. Fiquei interessado em participar da consolidação desta nova instituição no meu Estado. Tudo indicava que eu seria o Presidente. No entanto, outro Sênior DeMolay queria o cargo. “Abrimos mão”. O candidato tomou posse e até hoje nunca mais o vi! (Bem característico, não acham?)

4) Como nasceu a decisão e a oportunidade para tornar-se candidato a Presidente da Entidade máxima representativa dos Sêniors DeMolays do Brasil?

R – Depois que saí do cargo de Grande Mestre Estadual Adjunto, tirei umas férias da maçonaria, e tudo a ela relacionado, para dedicar-me a outros projetos.

Em meados de 2007, o então coordenador da Associação DeMolay Alumni no Norte, localizou-me no Orkut e tentou me convencer a “agitar” o movimento no Amazonas. No primeiro momento não respondi, mas depois de refletir, aceitei o desafio.

Iniciei o processo via Capítulo. Fiz uma visita no Capítulo onde iniciei e falei sobre a Associação. Foi um desastre. Daí, dei-me conta de que não é dentro de Capítulos que “fazemos Alumni”. O Presidente do Conselho Consultivo me fez a mais simples das perguntas: “Vanylton, ok, mas pra que serve a essa tal Alumni?”. Vi-me sem respostas. Eu, como a maioria das pessoas, não sabia qual era o objetivo da Alumni.

Foi uma das maiores vergonhas que passei na vida. Resultado? Sumi novamente. Desta vez por menos tempo. “Land faria uma coisa sem objetivo?”, pensava com meus botões. Passei a pesquisar e constatei que a Associação DeMolay Alumni era a segunda melhor coisa do mundo. Perdia apenas para a própria Ordem DeMolay.

Logo depois, o Estado do Amazonas recebia a visita de um MCN. Foi a oportunidade para que implantássemos a ADAM. A fundação, instalação da Associação Amazonense, regularização e posse dos diretores se deu em apenas 3 dias.

O próximo passo foi um presente de Suenilson, que já não nos víamos há muitos anos. Por sua sugestão fui convidado a compor, como vice-presidente, a chapa de Gabriel Santa Rosa. Gabriel teve problemas pessoais e profissionais durante sua gestão, chegando a pensar em renunciar algumas vezes. Eu lhe dava forças, compartilhava suas angustias. Foi quando me confiou a direção da ADAB.

A pressão foi muita para que eu assumisse a presidência da ADAB. As idéias que eu costumava publicar em artigos foram bem aceitas. Muitos queriam as mudanças que eu defendia: Sêniores DeMolays, DeMolays ativos, lideranças nacionais e do meu Estado. Tive conhecimento de um “boicote do bem”, cujo objetivo era desencorajar qualquer candidatura que não fosse a nossa. Diante disso, cedi às pressões.

A reeleição surgiu da necessidade de consolidarmos este profundo e polêmico trabalho de 2 anos.

5) Sabemos que a Ordem DeMolay no seu Estado, Amazonas, tem Capítulos somente na Capital, Manaus, existe algum projeto específico para levá-la também às cidades do interior, mesmo sendo um pouco complicado o acesso a algumas cidades?

R – Eis um ponto sobre o qual sempre quis falar, mas devido meu intenso trabalho na ADAB, nunca tive oportunidade. Agradeço desde já pelo questionamento.

Apesar de o Amazonas ter sido o berço da Ordem DeMolay da região norte do Brasil (O Capítulo Máter da região norte é o Manaus, nº 26, fundado e instalado há mais de 23 anos) e da nova Ordem DeMolay (O SCODRFB foi fundado em Manaus, durante a 33ª CMSB, em 2004), nós ainda somos uma das menores jurisdições do País.

Isto já está mudando. 2 outros Capítulos estão em processo de soerguimento. Em 2 meses estarão funcionando. Tratam-se de mais 1 Capítulo em Manaus e 1 no município de Iranduba.

Nossa intenção é soerguermos outros 2 Capítulos adormecidos e fundarmos mais 2 até o fim de 2010. A Ordem DeMolay do Acre e Rondônia já estão engajadas neste processo.

6) Fizemos esta mesma pergunta ao nosso entrevistado da semana passada, achamos por demais interessante a resposta e a repetiremos também a você: O que você classifica como a MAIOR CONQUISTA da sua gestão como Presidente da Alumni Brasil?

R – Resgatar a credibilidade da ADAB e dar-lhe um objetivo.

7) Nós gostamos sempre de falar de ELEIÇÕES, não concebemos Líderes Legítimos sem que o sejam ELEITOS, sabemos que você apesar de ser Advogado por formação profissional, adora também a área de Marketing, qual seria sua principal orientação àqueles que pretendam enveredar-se por estes caminhos?

R – Por muitos anos, trabalhei com políticos de diversas áreas. Compreendi, nestas minhas andanças, que cada instituição tem uma forma diferente de se fazer política. É bastante evidente o viés político da Ordem DeMolay. Recomendo muita cautela além das dicas abaixo:

1 – Não basta fazer política pela política. Também seja um técnico, de preferência eficaz. Capacite-se profissionalmente. Muitos políticos não sabem o que com suas funções. Política e a eficiência são característica de um gestor de sucesso.

2 – Somos seres humanos ligados em torno de uma fraternidade, mas seja o mais profissional possível. “Deixa pra lá” e “Deixa pra depois” são termos que devem ser abolidos da Ordem DeMolay.

3 – Saiba tudo sobre sua instituição. Conheça profundamente suas responsabilidades e atribuições, bem como as de seus subordinados. Para cada atividade conheça os resultados e os riscos (políticos, técnicos e administrativos). Desta feita, você terá a confiança da equipe.

4 –Não há como se fazer política ou administrar sem parcerias. As melhores são pautadas no sistema americano “win-win”, mas lembre-se: quem deve ganhar é a instituição, jamais o administrador.

8) Falando ainda da Eleições e como já sabeis bem, este BLOG não deixa de fazer as perguntas, mesmo que as vezes seja preciso alguma “bola dividida”, então nos diga: Na pergunta anterior, deixamos claro o seu perfil de envolvimento com a Política de modo geral, nos diga por favor qual é a sua opinião sobre o atual sistema eleitoral do SCODRFB? O que você pensa a respeito da proposta (ainda informal) a qual sendo aprovada, as eleições passariam a ser realizadas num mesmo dia em todas as Capitais dos Estados, algum período de tempo antes do CNOD (onde continuariam acontecendo as Cerimônias de Posse), a fim de dar a oportunidade aos Capítulos de expressarem seu sagrado direito de escolha de dirigentes?

R –Não apenas o sistema eleitoral deve mudar, mas o sistema político, administrativo, financeiro e jurídico da Ordem DeMolay. Tudo isso, urgentemente! Como jurista, dou graças a Deus ao fato de a Ordem DeMolay ser uma fraternidade. Nosso Estatuto Social (Constituição DeMolay) traz pouquíssimas soluções para os problemas institucionais. Nossas Regras e Regulamentos são uma cópia dos da Ordem DeMolay americana, cujas realidades institucionais e jurídicas são completamente diferentes.

Minha idéia é construir algo participativo. O primeiro passo é a realização de uma grande enquete na base. Será simples e rápida! É extremamente necessário oportunizar o diálogo com a base. Devemos conhecer seus anseios. Quem faz a Ordem DeMolay são eles, não nós. Cada conversa que tenho com um Oficial ou Consultor de um Capítulo é uma lição de como devemos lidar com a Ordem DeMolay.

9) Queremos saber agora, um pouco mais sobre esta nova Associação DeMolay Alumni Brasil. Fale-nos mais desta nova realidade, do FUNDO NACIONAL, sobre o Perfil do Associado, os objetivos a serem alcançados e os rumos a serem seguidos...

R – Comam, devorem, vivam os sites www.alumnibrasil.org e www.demolaybrasil.org. A melhor forma de se obter o conhecimento é estudando!

10) Outra “bola dividida”: sabemos que você objetiva levar para o seu Estado (Amazonas) o nosso 9º CNOD em 2013, cuja indicação será disputada em 2011, 2 anos antes como de praxe, em Tramandaí/RS. Quais são os pontos FORTES e os pontos FRACOS de Manaus visando este intento?

R – Desejamos trazer o CNOD 2013 para Manaus por um único motivo. Existe um desejo sobrecomum da Ordem DeMolay do Amazonas para que isso aconteça.

Já temos, desde já, o apoio da GLOMAM. Conversei pessoalmente com o atual Grão Mestre, (aquele que presidia a CMSB quando da instalação do SCODRFB em Brasília) e com os 2 prováveis candidatos à Grão-Mestre. Todos estão “no clima”.

Não precisa dizer que os governos também nos apóiam. Muitos membros da maçonaria e da Ordem DeMolay estão na estrutura dos governos (Não houve Governador no Amazonas que não foi maçom).

Temos o know-how. A 33ª CMSB foi profícua e linda. Ao final os convidados fizeram um agradável passeio de Yate nos rios amazônicos. A intenção é fazer o mesmo com a Ordem DeMolay.

Aliás, beleza natural é outro item que não podemos deixar de comentar. O resultado de tanta beleza natural fez com que Manaus fosse eleita pela FIFA como a única cidade do Norte do País a sediar jogos da Copa do Mundo, em 2014. É bem verdade que decisão não foi apenas em decorrência dos 98% de cobertura florestal preservados do Amazonas. Foi principalmente pela constatação do alto nível de intra-estrutura hoteleira e turística, oferecida pela gigantesca Manaus. Infra-estrutura e opções são componentes que devem ser sempre consideradas pela Ordem DeMolay ao escolher qualquer sede de CNOD.

11) Qual é a sua MAIOR expectativa para com o nosso SUPREMO CONSELHO? Você tem algum sonho que imagina poderia ser aderido em âmbito nacional e que com isso melhoraria algum aspecto atual da Ordem?
Pretende um dia também tornar-se um membro da Diretoria Executiva ou até mesmo servir como Grande Mestre Nacional?

R – Devo muito à Ordem DeMolay. Estou disposto a retribuir tudo o que a Ordem DeMolay e seus membros fizeram por mim, assumindo cargos, ou não. Quero apenas ajudar.

Entretanto, é impossível afirmar que a eficiência é a mesma não ocupando cargos. Só dirigindo a instituição é que se consegue implantar tudo o que se planeja.

Uma coisa é certa. É necessário realizar urgentemente um choque de gestão na Ordem DeMolay, aos moldes da ADAB (resguardando-se, é claro, as características e objetivos institucionais que permeiam cada uma delas). Há uma cultura equivocada e muito forte que norteia a forma de se administra a Ordem DeMolay. Tal cultura não foi construída por A, B ou C, mas pela própria história da Ordem DeMolay.

Creio que o atual Grande Mestre, Cal, conseguirá vencer esta cultura, e implantar uma gestão dinâmica e profissional, necessária para que a Ordem DeMolay consiga realizar aquilo que se propôs: Forjar líderes.

Sobre eu ser Grande Mestre Nacional, comenta-se sobre uma virtual linha sucessória, dentro da qual nós figuramos. Mas isso, só o tempo e a Ordem DeMolay dirão!

12) Qual foi o momento que mais MARCOU, toda sua trajetória como DeMolay? E fale-nos daqueles que mais lhe apoiaram e te ajudaram durante a implantação de todas estas mudanças que realizastes a frente da Alumni Brasil.

R – 2 momentos me marcaram. Aos 19 anos, quando recebi o Diploma de Honra ao Mérito de Alberto Mansur e, aos 29 anos, quando da minha posse como Presidente reeleito da ADAB, em Salvador.

13) Este espaço, sempre igual em todas as nossas Entrevistas, é livre para que o entrevistado deixe uma mensagem final a todos os Leitores do BLOG DO OMAR.

R – Quero salientar que o foco da Ordem DeMolay não é o jovem, mas o Homem (com H maiúsculo). A Ordem DeMolay é uma espécie de estágio profissional, ensinando o jovem, na prática, a fazer tudo o que deve ser feito por qualquer ser humano, durante toda sua vida: Praticar as 7 virtudes cardeais. Esta prática deve ser impregnada de outra virtude fundamental: A tolerância. O pai celestial nos deu a vida para sermos altruístas, para ajudarmos a construir um mundo melhor. É difícil nos afastarmos do egoísmo, a final somos humanos, mas precisamos estar sempre nos vigiando.

Outra mensagem: Devemos conjugar mais o verbo “fazer”. Sempre que tivermos oportunidade, devemos substituir a palavra “iniciativa” por “acabativa”. O que mais vejo são iniciativas que nunca acabam. O motivo é o mesmo: A sensação de dever cumprido pelo simples fato de apresentarmos um projeto. Saibamos que o dever apenas INICIA com a apresentação de um projeto! Os projetos devem ter INICIO e FIM, e devem ACABAR com um sorriso de um ser humano. Pensemos nisso!

2 comentários:

  1. Mais uma grande entrevista, assim como as outras duas.

    As perguntas e respostas chegam ao ponto que realmente queremos saber.

    Meus parabens!

    Luiz Felipe Ferreira

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  2. Meu irmão Vanylton, mas uma vez parabens pelos trabalhos realizados, dedicação e amor que você tem por esta causa abraçada. O sucesso de tudo isso meu irmão, é a sua força de vontade em retribuir tudo aquilo que Ordem Demolay fez por você.Um grande abraço.

    EDGLEY LIVIO
    GME-PB

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